Eram 10h00, e nesse perciso momento, eu acordei. Ao longe ouvia, "aquele homem nao tem juizo." "até tenho medo de saber como está." Dei um salto na cama de madeira e fui a correr pelo corredor. " O que aconteceu avó ? O que se passa ?!" "Eu nem era para te dizer nada", diz ela enquando arrumava os cobertores. "Diz-me ! o que aconteceu ?!" "O.. carro, o carro do teu pai.. esmagaram-no totalmente, a tua mãe foi agora ter com ele para irem á policia". "O quê ?!" A minha avó vai á janela e vê-os passar. "Olha a tua mãe e o teu pai." Fui a correr à varanda. Foi tudo tão estranho. Tão bizarro, vê-los juntos, como se fosse um casal a passear na rua. A voz grossa do meu pai ouvia-se perfeitamente. "Acabou. O carro estás todo esmagado, esqueçe. Já não há carro nenhum". Não sei porquê, mas chorei. Chorei por vê-los juntos, chorei por vê-los a ter uma converssa civilizada, chorei por parte da minha vida ter se destruído. Foi aquele carro que me levou a tantos sitios com os meus pais. O carro com a cor mais linda do mundo.

(Texto Real)